Vinícius já encheu as calças eu tive que dar banho e lavar a roupa dele, ainda ficou o banheiro com um cheirinho todo especial pra eu lavar depois. Dei um lanche pra eles e os dois estão ouvindo musica no celular, affff são sempre as mesmas músicas 1000 vezes repetidas em sequencia no ultimo volume do celular.
A musiquinha de abertura do desenho da tartaruga " É o Franklin" , passa na tv cultura, nossa essa musiquinha já entrou no meu cérebro, até sonho com essa musiquinha kkkkkkkkkkkkk ninguém merece, mas enfim ossos do ofício de mãe.
Mas continuando de onde parei mesmo hummm...
Há já sei parei na parte que minha mãe e meu irmão foram pro Rio de Janeiro me buscar com meus filhos pra morar com eles em Campinas.
Eu realmente estava exausta, mas não queria ficar longe do meu marido, ele ainda era o amor da minha vida e sempre será.
Muito a contra gosto eu aceitei voltar, mas quando entrei no ônibus olhei pela janela e vi meu marido com o semblante triste tentando sorrir pra disfarçar a dor, que era enorme.
Ali naquele momento eu vi minha vida desabar, até agora me enche os olhos d'água, como eu chorei naquela viagem. Eu percebi naquele momento que minha vida estava toda errada.
Só que eu não podia fazer nada pra mudar a situação porque eu estava doente, meus filhos estavam doentes e não tínhamos mais dinheiro pra pagar o aluguel.
E olha que meu marido, coitado, trabalhava das 10 da manhã até as 20:00 da noite pra nos sustentar,
Foi uma época muito difícil pra todos nós.
Quando cheguei em Campinas consegui um emprego como operadora de telemarketing e fui trabalhar 6 horas por dia das 18 as 00:00 horas e ganhava menos que um salário mínimo por mês.
Levei meus filhos no neurologista, que os encaminhou pra fazer muitos exames genéticos na Unicamp, esses exames deram negativo, ou seja, tudo normal.
Mas meus filhos não estavam mais doentes, já tinham operado adenoide, fizeram tratamento pra alergias e refluxo a saúde deles estava ótima, mas eles continuavam chorando muito e ficando agressivos demais. Eles nos mordiam e nos arranhavam e eram muito hiperativos, não falavam como as crianças da idade deles, não davam acenavam pra dar um tchauzinho, gritavam o tempo todo e odiavam sair de casa.
Então eu os coloquei na creche pra que eles aprendessem a se socializar melhor e se relacionar com outras crianças, foi um desastre😩
Eles batiam em outras crianças e gritavam muito, não brincavam e não comiam nada na creche.
Foi então que a pedagoga da escola me pediu pra voltar ao neurologista, fiz oque ela me pediu e o neuro os encaminhou pra uma psiquiatra.
Essa psiquiatra os avaliou por 1 mês e insinuou um tal de transtorno evasivo de comportamento
Isso pra mim parecia um palavrão, coisa de ET, eu nunca tinha ouvido falar naquilo, mas em outras palavras a mulher tava querendo me dizer que meus filhos tinha uma deficiência mental grave.
Ela nos encaminhou pro CEVI uma instituição que tinha terapias gratuitas como fonoaudiologia e terapia ocupacional pra pessoas portadoras de deficiência mental.
Até ai minha ficha não tinha caído e apesar das lutas e dificuldades eu estava levando numa boa, ainda com a esperança de que não seria nada demais e que meus filhos só tinham um atraso na fala e não conseguiam se comunicar por isso eu achava que eram tão nervosos...SQN e SQN bem grandão pra mim porque eu estava totalmente enganada.
Depois de 3 anos de um cansativo tratamento no CEVI, uma vez que eu não tinha carro e tinha que camelar de buzão com minha mãe (fiel escudeira que amo) pra levar meus filhos gordinhos e pesados todos os dias no CEVI , que pra ajudar ainda era bem contramão porque o ônibus nos deixava ha 1,5 km de distancia do CEVI e tínhamos que ir a pé carregando os meninos no colo.
Bom finalmente veio o diagnóstico, que caiu como uma bomba e uma sentença em nossas vidas.
#AUTISMO
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